20101123

Um bilhete pra Ficáká (2010)

Ficha Técnica:

Titulo:

Um bilhete pra Ficáká



"Uma fabulosa joint venture entre dois vultos da sétima arte mundial."
É este o titulo de abertura para o artigo do New York Times que apresenta a mais recente obra do "Mestre" Pessanha.
Um bilhete pra Ficáká é uma assombrosa aproximação aquilo que se pode denominar de perfeição.
Sôeupa Cayno Mamina, realizador da Republica Democrática do Bolembe, e o já mítico produtor e realizador de cinema Arregaçado Pessanha trazem-nos a História escondida do Bolembe, antiga colónia Portuguesa em África, e, à semelhança de documentário histórico, levam-nos ao coração do continente negro dos tempos da guerra do Vietname.
O primeiro volte face do filme acontece quando, de repente, nos encontramos num comboio a partir de Podrhe, com um bilhete para Ficáká.
É nesta altura que o espectador mais atento perde o fio à meada e pergunta... Sim, porque aqueles mais distraídos perdem-se logo no inicio...
Sem ser um drama suspendido, o filme lembra-nos de uma forma racista, paradoxal e também ortodoxa, embora ligeiramente anti-semita, o primeiro êxito de Pessanha, "Pioné", no qual Felisberto Sarrabulho nos mostra as suas aventuras pelo interior alentejano, se bem que aqui estejamos em África, mas o mais interessante é que não nos apercebemos disso até chegar a parte da porrada. É nesse instante que o filme ganha o cunho de educacional ao desvendar as antigas técnicas tribais de sedução que punham à mistura macacos de pescoço branco e óleo de fígado de bacalhau, que misturados na proporção certa, fariam qualquer actor pornográfico da época corar de vergonha.
As mentes desta obra sem igual brindam o espectador com cenas escaldantes que misturam prazer com leite de cabra azedo e outros sabores que adormecem qualquer um num sonho lindo... Aí sim, é a morte do artista. O momento em que a porca torce o rabo.
E é nessa altura que a trama toma um rumo diferente e nos delicia com espectáculos de circo e transformismo entre animais, pessoas estranhas e seres extra terrestres.
Não sabendo bem o que se passa, o espectador mais atento terá a vontade de se voltar para o lado e perguntar ; "mas que raio se passa com este filme???" no exacto momento em que se dá o clímax da película... Genial!!!!
Uma nova forma de ver cinema, que pode revolucionar a forma como pensamos o nosso Universo.
De todas as surpresas que nos traz este filme uma em especial. Bracinhos de novo com uma actuação que sem duvida vai despertar o interesse da Academia para a já mais que merecida nomeação...
Elenco :
Felismundo Matreco............................ Bracinhos
Raimunda Muda................................... Preta Branca da Silva
Matacão Doí Doí.................................... Zé Berto Rtilha
Sr. Revisor............................................. Alberto Matte
Felicia Porca.......................................... Ana Maria Poussy
Dados do filme :
Duração.............................. 140 min.
Cor...................................... Muita porque estamos em África e não se pode falar só no preto
Locais de filmagem........... Republica democrática do Bolembe, Cova da Moura, Damaia, Cacém e uma vivenda no Restelo.
O filme está nomeado para a categoria de melhor filme em três festivais. São eles o F.O.D.H.A. festival oficial de diapositivos históricos e actuais, em São Petresbugo, o festival dos Oscarios, no Zaire, e a mostra de películas de Samora correia.

20101122

O Menino esgaçado (1988)

Ficha técnica:

Titulo
O Menino Esgaçado



O outro lado daquele que é para muitos, o livro mais lido e comentado de todos os tempos; A Bíblia.
Uma história à parte, com uma aventura à parte.
Há quem se interrogue até, se haverá alguma passagem no livro sagrado, que possa de alguma forma, remota, reforçar o sentido desta obra do sempre polémico realizador Arregaçado Pessanha... Enfim...
"O Menino esgaçado" é a história emotiva e arrepiante de Goelládi Patto, um menino Turco, raptado por romanos dissidentes, refugiados nos montes Halli Ammaiskakii, nos arredores de Jerusalém.
Tudo porque os dissidentes acreditam piamente que Goelládi é o descendente e eleito do Deus Júpiter, para salvar as refeições do acampamento.
Após meses e meses de diarreias e gastroentrites consecutivas, provocadas pela comida do diabólico LePierre, cozinheiro da corte francesa e prestador de serviços a granel, Goelládi vive uma aventura rebuscada de episódios recambolescos e electrizantes para poder escapar às teias gastronómicas em que se vê envolvido, pois a sua ambição é abrir em Meca um franchising de bolo-rei com recheio de chocolate.
"Eu gosto é deles com molho", uma frase que marca toda esta película e nos dá o mote para a grande aventura de amizade, companheirismo, espírito de união e açúcar mascavado.
Filmado em grande parte nas extensas areias da praia da Nazaré, este filme mostra-nos, para além de algumas peixeiras chatas que insistiam em meter-se à frente da câmara,( o que chateou de sobre maneira o Mestre) as intrigas, teias e tentáculos que já na altura minavam a sociedade civil e que a Bíblia se esforçou por ocultar. Não admira portanto, que à data de lançamento do filme, este tenha sido censurado pela igreja católica...
O padre Vitorio recusou-se a assistir à estreia, mesmo após insistentes pedidos do realizador.


Elenco:

Goelládi Patto................. Kiki Fosquices
Zapra Teleira.................. Tó bracinhos
Romanos dissidentes....... Rancho folclórico Os potes das Olaias
Deolinda Patto................ Anita Lhante
Figurantes........................ Bombeiros voluntários do Bombarral


Dados do filme:

Duração.............. 135 min.
Cor.................... Azul e verde... e amarelo, vá...
Locais de filmagem...... Praia da Nazaré, Bombarral, Jerusalém, Paris, Montes Halli Ammaiskakii